Eu sou da geração pós 25 de Abril, e insiro-me naqueles que Cavaco Silva classificou como "jovens que comemoram o feriado como mais um dia para ir para a praia".

Para mim e para todos os meus conhecidos é apenas isso que representa, mais um feriado, nunca conheci ninguém da minha geração (não digo que não os haja, mas eu não conheço) que participe em alguma actividade evocativa da memória da revolução de 1974.

Assim sendo, foi com muito espanto que li o discurso de Paulo Rangel sobre a "claustrofobia democrática". Sim, tem havido pressão sobre as televisões, e faxes para as redacções da imprensa, jornais e rádios. Mas a política teve sempre o defeito de tentar controlar os media, pois são eles os veículos privilegiados de propaganda, certo?

Mas será que a situação é assim tão persecutória, tão repressora? Na altura pareceu-me um discurso algo exagerado, um aproveitamento, um chamar de atenção ou arma de arremesso.

Esta semana deparei-me com a notícia de um processo disciplinar e afastamento da DREN de um colaborador por ter dito um piada sobre o primeiro ministro José Sousa. Fernando Charrua, ex-deputado independente pelo PSD foi afastado do cargo por alegadamente ofender o primeiro ministro durante o horário de trabalho.

Será que afinal Paulo Rangel tinha razão?

Será que os jornalistas estão pressionados pelo governo?

Como se poderá compreender a nomeação de Pina Moura para a direcção da Prisa, ele que confessou nunca ver a TVI e se continuar a "identificar com o programa de Governo e do PS"?

A member of the Education Admnistration found himself out-of-job following disciplinary actions agianst him for allegedly making fun of the Prime Minister during his working hours (despite entitling himself engineer, the Prime Minister degree is not recognized, and his university diploma was issued on a Sunday, and stamped with a postal address code only issued two years after the conclusion of the degree).

A former Minister and member of Parliament has also been nominated as director of a TV station (and resigned from the Parliament). Meanwhile the opposition speaks of "democratic claustrophobia" amongst accusations of pressure on the media (faxes and phone calls have been sent to reporters from the Prime Minister's office complaining about unfavourable media articles).

Is there some truth on the opposition accusations, or is it only empty accusations as the Prime Minister claims?

Posted by Carlos Manta Oliveira on quarta-feira, maio 23, 2007
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