Fascinante esta história, o verdadeiro American Dream à portuguesa. Armando Vara, num percurso muito parecido ao do amigo José Sousa (também conhecido por Sócrates), passa do Balcão da CGD a administrador do BCP.

Pelo meio, como não podia deixar de ser, um mergulhozinho pela política, tão intenso que nem deu tempo de acabar o curso (ao contrário do amigo, que supostamente terá concluido uma licenciatura).

Mas desenganem-se aqueles que julgam que me vou roer de inveja e venho para aqui cortar na casaca de Vara. Esta recente promoção não é um acto administrativo, nem uma transição automática, nem uma nomeação. É um convite. O BCP é uma entidade autónoma e privada, e convida quem bem entender para a sua administração. Obviamente que Vara não terá provas irrebatíveis na sua carreira, ou uma formação excepcional. Nesses lugares colocaria o actual e o anterior directores da DGCI. Para mim esse convite baseia-se no que em inglês se chama de soft skills, people person, networking, empathy, facilitator. A tradução para português é perjurativa, a mais apropriada seria "factor C", e o passado na política não seria indiferente.

E é no fundo isso que queria trazer à tona neste post. É que num país tão social e latino como Portugal, que se ri da frieza dos vizinhos mais nórdicos, seja vista com tanto desprezo aqueles que mais se distinguem na capacidade de se relacionarem com os outros.

Posted by Carlos Manta Oliveira on quinta-feira, dezembro 27, 2007