Encontrei variados artigos em Blogs com oposições ferozes ao novo acordo ortográfico. O Memória Virtual contém muitos exemplos da nova grafia a que chega a chamar de aberrações. Eu tenho um prazer confesso em ser do contra e fazer de advogado do diabo. Mas neste caso até nem me custou muito, porque achei que as alterações não são assim tão marcantes que desfigurem a língua. Por exemplo o eleminar das consoantes mudas pode introduzir confusão entre palavras homófonas que passam a homógrafas, mas vem traduzir mais fielmente o modo como a língua é usada.
Uma língua quer-se viva e é por isso que saúdo esta tentiva de aproximar e unir os falantes de português através da homogenização das regras da língua. Imagine-se que por exemplo o português do Brasil vai deixar de usar o trema, que nem sequer existe no actual português de portugal. Mesmo na Informática, esta alteração é muito significativa, o meu teclado nem sequer tem trema, só com combinação de teclas o consigo aceder. No entanto o acordo preserva ainda assim diferenças entre os diferentes sabores do português como Amazónia/Amazônia. Muito mais grave parecem-me aquelas tentativas de mudar por completo a gramática e o nome dos tempos verbais. O facto da oposição a esta mudança na ortografia ser maior ao que se verifica no caso da gramática, parece-me prender-se mais com uma complexidade em ver uma aproximação das grafias de Portugal e do Brasil, um medo talvez irracional de ficar a perder algo, ou de ceder a outrém. Verifica-se essa oposição curiosamente de ambos os lados do Atlântico.
Até que acabei por encontrar um texto que achei fantástico, de uma amiga que conhecia apenas de caminhadas na montanha. Está no e Marrocos aqui ao lado, e convenceu-me de vez a ser a favor do acordo. Recomendo que leiam e até subscrevam o feed RSS como eu fiz, vão-se surpreender. Tem imensos exemplos do que mudou com acordos ortográficos anteriores, que não resisto a citar, como este:
"Ao scepticismo e á descrença que o paiz começou a ter pelos governantes, ha que opôr uma propaganda tenaz, chamando-o de novo á consciencia dos seus destinos"
Partido Republicano Radical, 1925
Um texto que apesar da estranha graphia, aliás grafia, continua muito actual, ou até atual.
E vocês, estão preparados para serem dos primeiros a adoptar a nova Grafia, ou preferem resistir até ao fim?
Boa noite!
Obrigada pela visita :)
Nestas coisas , como noutras, as pessoas não pensam muito- reagem, é tudo (a maioria anónima) ou estão ao serviço de interesses inconfessáveis (essa gente com opinião publicada, que até sabe história da língua, que Eça de Queirós era, de facto, Queiroz ou que o Camilo era Camillo).
Sabes o que é? As irritações coom o Acordo dão menos trabalho do que com o preço da gasolina, é a técnica do assobiar para o lado. E anda para aí tanta gente a assobiar...
Até breve!