Afinal há muitos consensos na Sociedade Portuguesa.
Toda a gente acha o aborto errado, quando muito solução de último recurso.
Ninguém quer ver mulheres na cadeia.
Todos querem acabar com o aborto clandestino.
Ninguém quer ver a IVG banalizada como o preservativo.
Todos querem dignidade e saúde.
A divergência parece ser então só na maneira de alcançar estes objectivos. Uns acreditam em permitir a IVG como uma criteriosa excepção, outros em deixar ao arbítrio da mulher a decisão.
Será interessante então ver o que se passou na campanha. Será que se procurou as soluções de maior consenso? Uns prometem avançar com propostas de suspensão automática de processos, outros garantem bater-se por períodos de reflexão obrigatório.
Tudo parecia correr bem, não fossem os "malditos" extremistas. Esses são aqueles que nestes oito anos não mexeram uma palha para ajudar mulheres grávidas a resolver os seus problemas, e hoje querem as soluções mais radicais para os sintomas (e não as causas).
Sim, sempre vai haver opiniões mais moderadas e mais radicais. Mas é com muita, mas muita pena que se regista entre os radicais pessoas de muita responsabilidade, que apelam vergonhosamente a um tudo ou nada, que fogem a procurar discutir ideias, soluções e consensos e insistem no tudo ou nada a lembrar o presidente americano: "ou estão comigo ou contra mim".
Pois é, o mundo não é preto e branco, há opiniões cinzentas, e muitos até as expõe publicamente, explicando porque o seu cinzento está mais perto do preto ou mais perto do branco.
São essas as vozes que me elucidam, não as do extremismo.
Por favor, votem no Domingo, e reflictam e respeitem a vossa consciência, pesem a vossa decisão.
Não se trata de uma questão partidária, religiosa ou clubística, trata-se de uma questão de consciência.
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Estão a tentar fazer omeletes sem partir ovo.
Sem investimento não há equilíbrio.
Invistam na educação moral e sexual.
Por alguma razão ~40% dos abortos constatam-se idades entre 15 e 24 anos. Em ~65% dos casos NÃO foi usado método contraceptivo eficaz e em ~46% nenhum método contraceptivo.
Se não querem ter filhos usem preservativo quando tiverem relações. (Esta mensagem é destinada principalmente a jovens com idade entre 15 e 24 anos).
Outra coisa cá para mim os homens são tão ou mais culpados do que as mulheres. Isso veio a baila por acaso? Alguém ponderou penalizar o pai biológico (quando aplicável) em vez de a mãe?