Se já era difícil (para alguns, depois muitos) acreditar nas promessas nos objectivos do Governo, agora torna-se impossível acreditar no que é anunciado como decisões definitivas. Em particular veja-se o vexame que foi com os complementos de reforma e com a localização do novo aeroporto. O que era verdade num dia, e arrogantemente defendido como decisão inabalável e inequívoca, passou passado 24 horas de a oposição lembrar o incumprimento da Lei, e passado 24 horas da publicação de um estudo exigido pela sociedade civil, a serem águas passadas.
É de sublinhar a coragem e nobreza de quem admite que erra com frequência e tenta actuar de modo a corrigir esses mesmos erros. Antes isso que insistir no erro e se agarrar a ele com prepotência e autismo. No entanto tratando-se de decisões com a importância que têm para o país e as gerações vindouras, mudar de ideias em tão pequeno reduzido espaço de tempo só mostra a leviandade e a irresponsabilidade com que as decisões são tomadas.
Agora passa a ser cada vez mais aconselhável ignorar o discurso do Governo por completo, e aguardar uns dias até que alguém se voluntarie para os corrigir, para que os disparates sejam evitados. Mais vale dar um tempinho já que o mais certo é que as decisões iniciais sejam o primeiro pensamento que lhes ocorreu, e o melhor mesmo estar atento a ver quem aponta os erros, pois daí sairá a decisão vinculativa.
Quanto às atitudes individuais, é muito triste ouvir alguém que dizia "Margem Sul Jamais" passar a dizer "Ota, eu? Vocês é que dizeram Ota!". É preferível ignorar por completo declarações destas e imaginar que alguém com tal falta de vergonha e verticalidade alguma vez tenha chegado onde chegou. É a mesma pessoa que em Julho de 2007 garantiu que haveria portagens nas SCUT até ao final do ano (já lá vão 11 dias). Há notícias de pórticos em fase de testes, mas eu estou curioso por descobrir o que irá despoletar mais uma das mudanças 24 horas.
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